HISTORIAL DA FILARMÓNICA DO CRATO
A certeza da data da fundação da Filarmónica do Crato tem sido, para todas as Direcções, uma busca constante. Já neste ano de 2009, com a descoberta num livro de actas da Santa Casa de Misericórdia do Crato datada de 10 de Agosto de 1844 que “declarou sobre juramento do Ex.mo Administrador deste Concelho do Crato José da Gama Caldeira Castel-Branco em que pedia em nome da Ex.ma Sociedade Armónica que se lhe arrendasse a enfermaria dos homens do extinto hospital, tendo em vista a distracção deste povo”, fixa-a actualmente em 1 de Janeiro de 1844.
1 de Janeiro de 1874 tinha sido a data adoptada muito recentemente pois em Assembleia Geral no dia 26 de Janeiro de 2008, baseada na anotação feita pelo Sr. Prof. Manuel Subtil, no seu livro “ Vale do Peso História e Tradição“ ao referir-se à actuação da Filarmónica, em Vale do Peso, nos anos 80 do século XIX; e, por outro lado, uma carta redigida, em 1953, pelo Sr. Amaro Emídio (Emílio?), então com 84 anos, a José Vicente Serrano, onde expressava a sua enorme saudade dos tempos de músico da Filarmónica e da qual “ o seu falecido pai, Amaro José Pais Rente, fora maestro até 1874 “.
Antes disso e durante largos anos, a existência duma fotografia obtida no Paço da Vila do Crato, pelo último fidalgo da sua História, D. Luís Cordeiro Godinho, e a data nela registada 1896, era vulgarmente adoptada como a data da fundação desta Instituição.
A actividade musical da Filarmónica foi interrompida no eclodir da 1ª. Grande Guerra Mundial e só, em 1931, seria reiniciada com a denominação de Banda Municipal do Crato, graças à empenhada acção do então Presidente da Câmara, Sr. António Botto Aleixo, apreciador confesso da boa música.
A denominação de Filarmónica do Crato passou a vigorar em 1983, quando a sua Direcção, presidida pelo Sr. José Joaquim da Conceição Lopes (“Zé Foguete”), em época das comemorações do então centenário, viu aprovada, em Assembleia-Geral, a alteração desejada.
O novo Auditório foi inaugurado pouco tempo depois, em 1989, pelo então Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Longa é, pois, a existência desta Filarmónica sendo rica e variada a sua História. Ela é motivo do muito justificado orgulho das suas gentes. É embaixadora respeitada do seu concelho e incansável divulgadora pelo País – e fora dele – da elevada cultura musical que o talento dos seus instrumentistas e o saber dos seus maestros permitem alcançar.
Presenças em Espanha, deslocações a França (Furnay-Ardenas) e à Ilha do Pico (Açores) são exemplos recentes de concertos realizados pela Filarmónica do Crato.
A Escola de Música da Filarmónica é entusiasticamente frequentada por uma juventude desejosa de seguir e, se possível, ultrapassar os “compassos” dos seus progenitores. Esta sucessão de gerações amantes da música configura, não só a garantia da perene existência desta Filarmónica, mas também a rampa de lançamento para a profissionalização de muitos dos seus intérpretes em Orquestras e Bandas Militares Portuguesas.
O actual Maestro da Filarmónica, Humberto João Oliveira Damas é neto do saudoso músico, Miguel Damas.
A DIRECÇÃO
“Elementos históricos recolhidos por Miguel Baptista”.