O ano de 2021 termina com a pandemia a aumentar de novo, mas ainda foi possível comemorarmos o Dia da Padroeira do Crato e de Portugal dentro da “normalidade” a que nos habituámos ao longo destes quase dois anos de Covid19. E foi bem melhor que 2020, ano em que fomos obrigados a fazer um interregno.
Há quase 40 anos, em dezembro de 1984, ainda no Salão dos Bombeiros Voluntários do Crato, a Filarmónica do Crato viria a iniciar uma tradição que chegou até hoje – o concerto anual em honra de Nª Srª da Conceição!
Este ano, em finais de outubro, com a Banda em avançado trabalho de preparação para o concerto de 2021, a Paróquia convidou a mesma para voltar a fazer o concerto na Igreja Matriz, à semelhança do excelente concerto realizado em 2019. Apesar do inconveniente por já ter muito trabalho feito, a Filarmónica aceitou e maestro e músicos meteram mãos à obra e encetaram a programação de um novo reportório, mais adequado ao templo religioso. Foram inúmeros ensaios, nos últimos 10 dias apenas houve descanso no dia 1 de dezembro, data que até é de tradição ser comemorada, mas este ano não o foi, até porque também ainda não havia alunos da escola de música para ingressarem na Banda, o que deverá acontecer na Páscoa de 2022. Depois do ensaio geral, já na Igreja, que correu muito bem, músicos, maestro e direção estavam certos que a decisão tomada tinha sido a melhor.
Assim, na noite de 7 de dezembro, com o majestoso templo repleto de admiradores da Filarmónica, realizou-se o concerto, que segundo muitos presentes, foi de elevado nível. Os músicos, direção e maestro concordam com essa opinião. A temática do mesmo foi de natureza clássica. Os temas foram os seguintes: “Oslas del Danúbio”, de Strauss; “Ritratto”, homenagem a Peter Tchaikovsky, arranjo para banda de Ofburg; “Vangelis”, Extrato da Ópera “Aida” – Marcha Triunfal, de Verdi, arranjo de António Maria Charrinho; “Célèbre Adagio”, de Tomaso Albinoni, arranjo de Willi Hautvast, “Contrasts of life”, Ouverture for Concert Band, de Markus Gotz; “Bolero di Media-Noche”, de Llano; e Hino de Nª Srª da Conceição
Na manhã de dia 8 de dezembro, decorreu a habitual arruada matinal pelas principais ruas do Crato e visita a duas instituições. O início desta comemoração foi com a apresentação de cumprimentos ao município e a alguns convidados que se encontravam no Crato para inaugurar algumas obras municipais ou com contributo municipal.
Em seguida, a comitiva foi até à ERPI do Convento de Santo António (antigo hospital e centro de saúde) do Crato e interpretou o hino da padroeira na parte exterior do edifício, com os seus utentes e funcionários e técnicos, a acenarem do alto da varanda. Foi um momento de muita emoção! Levámos muita alegria aos idosos que ali estão, alguns, há vários anos, acamados ou com enormes dificuldades de locomoção. Estavam lá pais, avós, familiares de vários músicos e até um antigo músico. Houve lágrimas de saudade e alegria!
Seguidamente, foi a vez da Filarmónica se deslocar até ao Lar de Nossa Senhora da Conceição. Infelizmente, tocar detrás de janelas envidraçadas não é o mesmo que tocar ao vivo, podermos cumprimentar, falar com os idosos conhecidos e não só, deixar uma palavra de alento, mas é o possível. E sabemos que se trata de um momento importante para eles. Por estas razões, estas tradições devem continuar a ser mantidas.
Refira-se que o tempo, apesar de sempre instável e extremamente frio, permitiu realizar a arruada e até a procissão.
E pelas 16 horas do dia da Padroeira, a Filarmónica deslocou-se para a Igreja Matriz e abrilhantou com todo o seu brilho e qualidade dos acordes do hino, a tradicional procissão em honra de Nossa Senhora da Conceição, que ia muito bem organizada e composta.
Após a procissão, a Filarmónica, ou melhor a sua Banda, entrou num período de um mês de merecidas férias. A escola de música continuou a sua habitual missão e já são mais os alunos que a frequentam. Alguns são oriundos do projeto “Plusband”, a funcionar na EBI do Crato, numa parceria entre a Escola, Câmara Municipal e Filarmónica, onde o nosso maestro se encontra extremamente envolvido.
Ainda em dezembro, a 12, o nosso músico Miguel Baptista, Presidente da Direção da Federação das Bandas Filarmónicas do Distrito de Portalegre, indicado pela Filarmónica do Crato, foi eleito em Lisboa, no Palácio da Independência, ao Rossio, como Vice-Presidente da Assembleia-geral da Confederação Musical Portuguesa em assembleia-geral do organismo acima das Federações. Refira-se que já era Presidente do Conselho Fiscal daquela entidade. Na referida Assembleia foram ainda aprovados por unanimidade dois representantes do nosso distrito como sócios honorários da CMP – António Maria Charrinho, da Banda de Nisa, e António Fernandes Delicado, da Banda de Alegrete.
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