ROTA DOS CORETOS E FESTIVAL DO CRATO 2015

A Filarmónica do Crato adiou o concerto da Rota dos Coretos agendado para o Crato para a noite de 22 de agosto. A pedido do município do Crato o concerto passou para 23 e seria integrado no festival do Crato no seu palco número 2. Como é do conhecimento geral, a organização do festival deste ano não contemplou a “velha filarmónica” na programação, participante em todos os festivais. E esta decisão causou mal-estar entre os músicos (visível através das redes sociais) e na população em geral. O adiamento do concerto em mais um dia serviu para atenuar ou reparar o erro, no entanto, o São Pedro, que também não deve ter gostado da ideia, resolveu brindar o muito público que se apresentou no espaço do palco 2 na noite de 23 de agosto, domingo (3 dias antes da abertura oficial), com uma enorme chuvada tendo molhado todos os presentes. Assim sendo, a Filarmónica do Crato apenas conseguiu tocar uma marcha de John Phillipe de Sousa – The Washington Post – tendo ficado toda a gente com a impressão de que iriamos estar na presença de um concerto de elevadíssimo nível. A banda, que se apresentou com 46 elementos, preparou-se durante todo o ano para se apresentar na máxima forma nesta festa maior do Crato. E tem-no provado todos os anos e neste não seria exceção.

No dia 26 de agosto, a Filarmónica do Crato reapareceu fazendo uma arruada que serviu de abertura oficial do Festival. Percorreu a rua principal de acesso à festa, introduziu-se pele espaço dedicado ao artesanato e saiu em direção à EN119 até ao largo do Rossio (Bello Moraes) de onde saiu para a sua sede. À cabeça da banda ia o senhor Presidente da Câmara e o Presidente da Direção da Banda. Esta, apresentou-se com 27 elementos e teve uma digna prestação. Mas melhor seria se tivesse contado com os habituais 50 a 55 músicos que costumam comparecer no dia da abertura do festival. O facto de a banda não tocar no interior do certame da XXXIª edição não será alheio à ausência de muitos músicos…

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Em jeito de resenha, podemos afirmar que em 31 edições, esta é a segunda vez que a única entidade cultural que participou em todos os festivais não teve espaço para abrilhantar um concerto no certame ou constar do programa. O outro momento menos feliz deu-se no primeiro ano do mandato do antigo Presidente Manuel Ferreira.

Como opinião pessoal, não posso deixar de salientar que me sinto desiludido com o sucedido e que apesar de respeitar o facto da banda não atuar no palco principal (o festival mudou de paradigma), não posso aceitar que sendo o Festival do Crato, não tenha o mesmo a missão de divulgar o que as gentes de cá produzem em termos culturais, desde logo à cabeça a Filarmónica do Crato, a Tuna, o Coral da Santa Casa, o grupo coral de Vale do Peso ou o Coro Azul de Gáfete. Felizmente, o Rancho de Gáfete, que se reativou e já tem muita qualidade, abriu a feira e atuou no palco nº2.

O município do Crato tem sido inexcedível em apoios à Filarmónica desde sempre e este executivo tem estado sempre ao lado da banda, porém, desta feita, ficou aquém do que dele se esperaria. Cometeu-se um erro, tentou-se corrigir, mas “o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita”. Acreditamos que todos nós aprendemos com os erros e que também a organização do festival e o município não quererão errar mais vezes e honra lhes seja feita, o festival está a ser um sucesso e só não é de arromba porque não apostou na prata da casa.

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TEXTO DE MIGUEL BAPTISTA (este texto não tem qualquer conotação com a Direção da Filarmónica do Crato, apenas tenta expressar a indignação de uma pessoa e dos restantes músicos em geral, que ficaram tristes com o erro de que foram vítimas)

 

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