PÁSCOA E FESTA DE SÃO GREGÓRIO 2015

PÁSCOA E FESTA DE SÃO GREGÓRIO 2015

 

A Filarmónica do Crato voltou mais uma vez a emprestar muita dignidade às procissões da Semana Santa do Crato que, ano após ano, vêm engrandecendo a nossa localidade e a crescer em número de participantes e visitantes. Tanto na quinta-feira (Senhor da Cana Verde) como na sexta à noite (Senhor Morto) a banda apresentou-se com 39 elementos (número menor do que o verificado nos últimos anos).

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Entretanto, a Filarmónica do Crato voltou a realizar mais uma festividade em honra de São Gregório, evento que já é cumprido há 3 décadas a favor da banda e que permite angariar sempre uma receita muito bem-vinda para a sua tesouraria. Este ano a festa teve se ser organizada exclusivamente pela Direção e restantes órgãos sociais com o apoio de alguns músicos e do maestro. Importante ajuda foi também a dada por algumas mães de executantes que se ocuparam das limpezas e da cozinha, o que representou uma extraordinária ajuda. Logicamente que a festividade não seria possível sem os habituais apoios do município do Crato e da União de Freguesias, que nunca faltam à chamada.

As festividades foram mais reduzidas devido à falta de festeiros mas ainda assim foi  cumprida e constitui um ponto de encontro da diáspora cratense, isso é muito visível nos encontros que se proporcionam na noite de sábado. Muitos dos que aparecem só vêm ao Crato uma ou duas vezes por ano… O sábado à noite ainda foi q.b. mas parecia vir a ser um fracasso, apenas perto da meia-noite é que apareceram alguns grupos grandes de pessoas. A orquestra Klassikus foi muito boa mas não se dançou muito. Na noite seguinte, o grupo que atuou foi extraordinário e acabou a sua atuação cerca da meia-noite e trinta por falta de gente mas puxou muito à dança, que os poucos presentes aproveitaram. Este grupo veio atuar de forma gratuita! Originário de Santarém, e foi encabeçado por Joaquim Lourenço, filho do maestro que compôs um dos temas que a nossa Filarmónica interpretou recentemente em direto nos estúdios da TVI (Amores de Pedrógão, de António Lourenço). Após ter observado a nossa filarmónica via TV a interpretar um tema de seu pai emocionou-se (nunca tinha ouvido uma banda a fazê-lo) e não descansou enquanto não chegou à fala telefonicamente com o nosso Presidente agradecendo a atuação e a surpresa. Entretanto, ofereceu-se para fazer um espetáculo com o seu grupo. E daí à atuação no domingo de Páscoa, foi um “tiro”. Trata-se de um grupo que vale a pena voltar a ser trazido ao Crato!

Durante sábado, domingo e segunda-feira – 4, 5 e 6 de abril, a sede da banda esteve sempre aberta mas não se viu muita presença durante o dia. A oferta de petiscos não era muito variada mas ainda assim, quem queria ajudar a Banda, comparecia.

Na manhã de segunda-feira cumpriu-se uma missa na matriz com alguma presença de fiéis (mas o Crato e a Banda mereciam que a população da vila fosse mais agradecida pela banda que tem) seguindo-se a procissão. No entanto, depois de dias de tanto calor, o feriado municipal voltou a não fugir à regra e trouxe-nos chuva impedindo que a procissão descesse até à ermida de São Gregório ficando-se apenas pelas Portas de Seda.

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Este ano não se realizou a tradicional favada/feijoada que a Filarmónica e as Comissões de Festas costumam oferecer aos cratenses e que junta sempre 100 a 120 convivas ao almoço na sede. Ainda houve possibilidade de se fazer mas a falta de festeiros e de gente para trabalhar impediu a realização da mesma. Diga-se, de passagem, que apesar da oferta do almoço, ainda há quem almoce e à tarde não compareça ao concerto!

Pelas 16 horas cumpriu-se mais um concerto de S. Gregório com a banda a apresentar-se com 45 elementos. O público, não sendo muito, compareceu. Nem os autarcas, na sua maioria, se fizeram ver…apenas o vereador Teresa Ribeiro e o Presidente da União de Freguesias e o seu tesoureiro.

O concerto foi em crescendo de qualidade. A primeira parte foi razoável e a segunda trouxe uma prestação bastante boa. Alguns solistas estiveram em bom plano, caso do pequeno Francisco Cruz Baptista em saxofone, que cumpriu recentemente 12 anos. A União de Freguesias voltou a oferecer amêndoas aos executantes, gesto que fica muito bem e é do agrado de todos tratando-se de um reconhecimento merecido.

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Perto do final do concerto e depois do discurso do Presidente da Direção da Banda, Filipe Lopes (Belo) e do Presidente da União de Freguesias, Joaquim Diogo (bastante eloquente e efusivo), foi colocado à disposição o pendão de São Gregório para que surgisse alguma Comissão de Festas para 2016.

Felizmente, ainda há cratenses e um grupo de jovens que há vários anos é presença assídua nesta festa, arregaçou as mangas e mostrou, para alegria de todos, que a geração “rasca” é ativa e ama a sua terra. O grupo de novos festeiros foi liderado por Beatriz Curinha, muito bem secundada por muitos outros, a saber: Filipes Lopes (sobrinho), Helena Batista, João Maria Vaillant, Ana Almeida, Lúcia Maia, Telma Raposo, João Curinha, Joana Curinha, Ana Matos, João Amaral, José Joaquim Quina, Sofia Saramago, Carla Matias, Ricardo Rodrigues, Carlos Barriguinha, Maria João Matos, Catarina Silva e André Relvas (único executante da Banda). Excelente grupo! Nunca a Comissão de Festas de São Gregório foi constituída por tanta gente licenciada. Com tanta massa crítica, augura-se muita capacidade de mudança e esperamos que, também, de trabalho. E se desejarem que a Festa na segunda-feira regresse ao seu local de origem, as ruínas de Santo Amaro, a Direção e a Banda estão disponíveis. Não será por aí o problema e será uma boa forma de deixarmos de ouvir algumas críticas que, regra geral, vêm de pessoas que poucas vezes ou nunca lá puseram os pés. Lembramo-nos bem que nos anos em que se fazia a festa no campo, muitos grupos de cratenses gostavam de ir mais para sul, ali para os lados da ribeira de Seda…Precisamos de ação e não de palavras!

 

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Uma última nota vai para todos os que compareceram em 2015 à festa. A Filarmónica e a sua Direção agradecem o apoio a todos e ainda àqueles que colaboraram também na publicidade. O pecúlio, ainda assim, aproximou-se dos 2.100€, longe de outros anos, mas bem-vindos. A Festa parece aproximar-se do seu ocaso, resta a este grupo de festeiros e a outros que o venham a ser no futuro e aos cratenses que o são de verdade, não deixarem cair mais uma tradição. Este ano, o título que estive para dar a esta festa foi: Festa de São Gregório – o princípio do fim! Faço votos para que isso não venha a acontecer mas é premente que mesmo dentro da banda, os pais e familiares dos músicos, mesmo muitos dos músicos, se empenhem e compareçam vindo fazer consumos e ajudando no que for preciso porque a Banda oferece uma bela ocupação de tempos livres, cultura e amizade de forma gratuita tratando-se de uma verdadeira escola de valores. O Crato e o interior estão a ficar desertificados e envelhecidos, mas ainda há muito boa gente que não comparece (e podia e devia fazê-lo) às atividades que se realizam no Crato, sejam da Banda ou de outras associações, ficando no recato do seu lar indiferente a tudo o que se passa à sua volta na comunidade.

17/4/15

MIGUEL BAPTISTA

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