O Concerto da Filarmónica do Crato em honra de Nª Srª da Conceição já é um ponto de encontro e não necessita de grandes divulgações. Existe há tanto tempo que entrou no imaginário de muita gente e todos sabem que nesta quadra cabe à Filarmónica do Crato abrir as comemorações (antecipadas) natalícias de cada ano na nossa comunidade. Realizado pela segunda vez a 7 de dezembro, o certo é que a data é do agrado geral e a casa está sempre cheia. O concerto de 2014 foi um rebuscar de várias peças no arquivo da Banda mas a sua seleção e programação foi um dos tónicos para o grande êxito em que o mesmo se tornou, a outra premissa foi o trabalho de vários meses e a boa qualidade de muitos dos nossos músicos. No final não faltaram muitas vozes (boas e sempre críticas), que fizeram questão de enaltecer a qualidade e diversidade de boas obras e as felizes interpretações. O concerto teve uma primeira parte onde foi possível apreciar um tema em estreia – “Traummelodien Mit James Last”, onde se pode apreciar a bela “Granada” entre outros temas e sendo esta uma das peças que metia mais medo, saiu de forma fulgurante augurando o belo concerto que viria a constituir oi resto da noite. Em seguida vieram dois temas de grande agrado, o primeiro mais lento e o segundo mais movimentado – “Everithing I do, I do it for You”, de Brian Adams e “Caribean Beauties”, com 3 andamentos dedicados a 3 belezas caribenhas, da autoria de R. Beck. No tema de Brian Adams, o solista de saxofone, Francisco batista, de 11 anos, deixou todo o público pasmado com o músico em potência que ali está visto que só ainda toca na banda há 8 meses…Estes tema nunca mais foi tocado após o desaparecimento da malograda Ana Margarida Farinha em abril de 2005, que o interpretava com muita categoria. Destaque ainda para o facto destas duas peças terem sido dirigidas pelos monitores Ricardo Ferreira e Rafael Vivas, o que deixa transparecer continuidade.
Em seguida, a segunda parte trouxe-nos o que de melhor se tem feito em termos de escola de música com a atuação da Banda Juvenil, que interpretou 4 temas com muita sobriedade e qualidade. Esta escola é uma grande mais-valia para a Banda porque prepara os jovens músicos para a sua entrada na banda sénior queimando muitas etapas que, regra geral, levavam mais de um ano a ultrapassar sob pena de muitos nunca se adaptarem à passagem para os temas de maior execução das bandas mais velhas. Por outro lado, resolve uma enorme lacuna que existia nas bandas onde o trabalho era realizado num contexto mais individualizado sendo que os músicos, ou melhor, os aprendizes, tinham falta de trabalho e horas de música em conjunto. Parabéns a todos e inclusivamente à Federação de Bandas, que impulsionou estes projetos na maioria das bandas do distrito.
A terceira parte trouxe mais variedade e a manutenção da qualidade com “Variazioni in Blue”, mais um belo tema (novidade) de Jacob de Haan, compositor holandês muito apreciado na nossa banda e que já mereceu um concerto com obras exclusivas da sua autoria; “The Lion King”, de Elton John, não muito fácil mas muito apreciado; “Moment for Morricone”, com o melhor deste enorme compositor mundial e a finalizar, a marcha “Alto Alentejo”, que os nossos antepassados músicos dos anos 40 imortalizaram em Lisboa descendo a Avenida da Liberdade, causando enorme furor.
Marcaram presença todas as principais entidades locais como sejam o senhor Presidente da Câmara, Dr. José Correia da Luz, e o seu Vice. Os presidentes de Junta de Freguesia estiveram praticamente todos, o senhor Presidente da Assembleia Municipal, Dr. António Pratas, os dois párocos (habitués), o Provedor da Santa Casa da Misericórdia, o Diretor do Agrupamento de Escolas e representantes de várias associações e coletividades (Arpic, Ucrate…) e, muito público.
Este concerto serviu ainda para a Banda lançar mais três produtos da sua Escola de Música. O concerto teve ainda os habituais discursos onde o Presidente da Direção, Filipe Lopes (Belo), explanou todo o trabalho da Filarmónica e agradeceu os apoios sem os quais não era possível continuar a manter e a engrandecer a embaixadora do Crato. E houve ainda um momento em que a União de Freguesias promoveu a oferta simbólica de uma trompa ao jovem músico do Pisão, João Felizardo.
Refira-se que voltou a marcar presença o famoso músico Carlos Alberto Girão Ferreira. Este ano também se juntou a nós um elemento antigo da banda, que já foi músico militar, José Manuel Oliveira. E, voltou a tocar, o nosso Vice-Presidente, o Tó João Fernandes, que devido à FISENA e ao facto do seu saxbarítono ter sido reparado, voltou a conferir maior qualidade ao naipe dos baixos com o som aveludado do baixo da família Sax, afinal não estreámos 3 novos músicos, estreámos 3 novos músicos e mais alguns “recauchetados”…
O certame culminou com a audição do lindo hino da padroeira, tocado em pé e com o público igualmente levantado a entoar os seus acordes e letra. A apresentação esteve a cargo do jovem percussionista, João Marques, que esteve em muito bom plano.
Enfim, foi uma bela maneira de comemorar os 170 anos tendo tido em palco 50 executantes.
Mais um ano, mais um sucesso!
Viva a Filarmónica do Crato! Viva o município do Crato!
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