A participação da Filarmónica do Crato nas cerimónias da Semana Santa do Crato é imprescindível e a mesma ganha ainda maior importância quando para o efeito não cobra um cêntimo para atuar. O mesmo não se passa noutros locais.
A primeira etapa, a longa e difícil procissão do Senhor dos Passos, no domingo de Ramos, este ano a 13 de abril, correu muito bem e contou com a provável maior participação de sempre no que diz respeito ao número de executantes – 49! A isto não é alheio ter estreado 7 novos elementos na véspera. Desta forma, sempre que da banda saíam 14 elementos para interpretarem musical e vocalmente os motetos nos 7 passos da via-sacra, a banda ainda ficava segura com 35 elementos. Os motetos este ano foram da responsabilidade da jovem Ana Rei, contudo, o veterano Miguel Baptista ainda apoiou e participou nos cânticos. Trata-se de um passar de testemunho normal e desejável sempre em qualquer conjunto.
(Sr dos Passos 2014)
A participação na procissão de 5ª feira santa, a 17 de abril à noite voltou a ter enorme comparência de executantes. Desta feita, repetiu-se o número de músicos da procissão dos Passos. A Procissão do Sr. da Cana Verde foi muito concorrida e a banda esteve em bom nível. Felizmente, o Crato parece estar a encarar estes momentos de religiosidade para trazer turistas e encontrar aqui mais um momento estruturante na sua aposta turística. O investimento visível foi bem-vindo porque há visão para se engrandecer aquilo que é antigo. E tradição aliada com modernidade sem retirar qualidade ao que existia (pelo contrário), é muito bem-vindo. As ruas estão mais atrativas com as pequenas lanternas ou com as montras e janelas ornamentadas com motivos religiosos e as iluminações da praça do município são muito interessantes, em especial aquele Cristo espetacularmente iluminado que se viu na noite da procissão dos Passos aquando do regresso do Calvário.
A procissão de sexta-feira santa, a 18 de abril, foi uma das maiores demonstrações de fé dos últimos anos. Contou com imensas pessoas a integrarem a procissão e muito público (cada vez se vê mais gente). A banda esteve em bom nível mas, naquele que é um dos dias em que junta mais músicos no ano, não o conseguimos. Fomos “apenas” 48, menos um elemento que nas outras duas procissões, que, regra geral, são menos concorridas. Curiosamente, vieram mais 7 ou 8 músicos que não tinham estado presentes na procissão de quinta-feira, mas faltaram outros. Isto é a prova de que a Filarmónica do Crato possui mais de 55 músicos. Não fora a temperatura ter descido perto de 10 graus relativamente à noite de verão da quinta-feira santa e teríamos assistido um record de pessoas na procissão do Senhor Morto.
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