8 de dezembro de 2022 – NOVOS MÚSICOS
Este ano foi de retoma do normal funcionamento da Escola da Música da nossa Filarmónica. A pandemia
veio atrapalhar, e de que maneira, mas a Escola está de vento em pompa e recomenda-se. É verdade
que foram 4 anos sem lançar elementos e a Banda começava a ressentir-se disso. Mas agora, passámos
dos habituais 24 ou 26 músicos nas atuações para 30 ou 32 nos ensaios, chegando em alguns a rondar
os 40 músicos. No concerto de Na Sra da Conceição fomos 45 e ainda podiam ter sido mais, alguns foram
apanhados pelas viroses que nos têm assolado ultimamente. O ano de 2023 irá ser aquele onde se prevê
que venhamos a ultrapassar as 55 figuras, o máximo de músicos até hoje verificado na nossa
Filarmónica. Prevê-se a entrada de cerca de uma dúzia ou mais de novos músicos já a partir da Páscoa.
Mas 2022 também tem de ser considerado um ano de excelente produtividade. Para além dos 6 novos
elementos entrados na Páscoa e os cerca de 3 ou 4 regressos de músicos, mais a vinda de 3 executantes
de Alter do Chão, fomos brindados com mais 4 novos elementos no dia 8 de dezembro, a saber: os
jovens Diego Filipe Carrilho Pereira, de 11 anos, como saxofone soprano, um instrumento que regressa
aos nossos quadros, depois de muitos anos sem existir. O Diego (11 anos) passou a ser a nova mascote
da Banda, por passagem de testemunho com a colega Maria Carvalho (13 anos), que ostentou o cargo
por poucos meses; o António Pedro Campos Cardoso, também de 11 anos, trompete, filho do nosso
antigo colega João Cardoso, que prometeu voltar ao trombone já em janeiro de 2023; a Alexandra Sofia
Alexandre Barroqueiro, saxofone alto, de catorze anos, residente no Pisão; e a colega Melissa da Silva de
Matos, de 12 anos, de Monte da Pedra, a interpretar flauta transversal. A Melissa é o primeiro elemento
da aldeia de Monte da Pedra a integrar as fileiras da Filarmónica do Crato, esta localidade era a única
que ainda nunca tinha produzido músicos para a Filarmónica do Crato. É verdade que já tivemos alguns
com origens nessa aldeia e até mesmo a recém-entrada Rita Tomé, ainda viveu um ano em Monte da
Pedra, mas a Melissa é de facto a primeira a residir nesta nossa estimada freguesia; e a manhã do dia da
Padroeira também reservou a reentrada da nossa colega Teresa Sofia Sias Maurício, clarinete, que se fez
nossa executante há 33 anos e agora, depois de alguns anos em Lisboa, regressou ao Crato e a à sua
estimada Banda. E a Teresa não vem sozinha, o seu filho João já frequenta a escola de música e revela
muito talento, falta apenas a filha mais nova se convencer, mas já esteve mais longe.
Assim, esta manhã repleta de música e a fintar a chuva, para além da integração dos 4 novos músicos, serviu para a
realização da habitual arruada do dia da Padroeira, que nos levou a locais emblemáticos, como são a Unidade de
Grandes Dependentes da Santa Casa da Misericórdia e ao Lar de Nossa Senhora da Conceição, da mesma
Instituição, onde pudemos, finalmente, entrar e conviver com os idosos (e já são muitos os utentes que
conhecemos), que nos acolheram com um sorriso e um brilho nos olhos; fomos ainda prestar uma homenagem, que
é habitual no dia 1 de dezembro, ao nosso Presidente Honorário, José Joaquim da Conceição (Zé Belo ou Zé
“Foguete”). Os momentos de confraternização à porta dos 4 novos músicos perante o olhar feliz de todos os seus
familiares, vizinhos e conterrâneos, tem sido uma imagem de marca da Filarmónica do Crato desde há uns anos e é
sempre um momento carregado do mais puro sentimento de agregação e de pertença. A entrega dos filhos à
Filarmónica é marcante para pais, filhos, avós, netos, tios, padrinhos, irmãos, amigos, vizinhos…e para a família da
Banda. Foi com enorme prazer e apoio do município, com a cedência do autocarro, que nos deslocámos ao Pisão, a
Monte da Pedra e até mesmo ao Bairro da Bandelhoa ou ao da Cooperativa, no Crato, sempre com a presença do
autocarro para nos proteger da chuva, que ia ameaçando. E mais uma vez, tal como no ano passado, choveu à saída
do Lar do Crato. Passada a chuva, fomos até à Casa Josebel para a já citada homenagem ao Presidente falecido a 1
de dezembro de 1995.
Refira-se que alguns dos pais e familiares destes jovens fizeram questão de abrir as portas de sua casa à Banda e de
nos receber com um retemperador lanche. A eles, o nosso bem-haja! Havia quem nada tivesse ingerido de manhã e
este gesto veio mesmo na hora certa. Mas o melhor ainda estava para vir: o lanche da tarde, onde as quatro
famílias, com uma organização louvável, após a procissão, e que encheu as barrigas de todos (e eram muitos) num
muito agradável convívio entre famílias e os músicos numa arte de bem integrar e saber receber os novos músicos e
integrar as suas famílias na mística da Banda. O lanche, mas acima de tudo, o convívio, foi notável e muito
retemperador para o ensaio de colocação que nos aguardaria à noite na nossa bela Matriz. Realmente, não
pouparam esforços e o apoio da Direção da Banda também foi assinalável.
Infelizmente, há tradições que já não podemos cumprir. Uma delas era a visita a casa do Alex e da Narcisa e
desculpem que os trate assim, mas é por carinho. Foram anos e anos a abrir a sua porta e a retemperar as gargantas
numa manhã que é sempre fria e muitas vezes chuvosa. Bem-haja a este maravilhoso casal pelo bem que queria e
fazia à Banda da sua terra.
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