FILARMÓNICA DO CRATO EM ERADA – COVILHÃ

A Filarmónica do Crato deslocou-se a Erada (Unhais da Serra, Covilhã) para participar no Encontro de Bandas “Rumo ao Centenário”, que comemorava os 95 anos da Filarmónica Recreativa Eradense, no dia 4 de maio de 2019, sábado. Participou ainda a Filarmónica Gratidão Riotortense, de Rio Torto, Gouveia. A Filarmónica do Crato contou com 30 elementos e apresentou-se em bom plano e com uma estrutura mais evoluída que as duas bandas serranas, de duas aldeias que lutam muito contra a desertificação, e que muito fazem em prol da música e da cultura no interior do país. Gente muito boa, que sabe receber como ninguém, o que facilitou (e muito), a boa disposição e amizade entre as três bandas, em especial a cratense e a eradense, que já se conheciam desde outubro, quando estiveram juntas na Covilhã. E esta amizade é para continuar, seguramente que esta banda será convidada para estar no próximo ano no Crato.

O encontro de bandas marcou o início das comemorações dos 100 anos da banda local, que os completará daqui a cinco anos, daí o nome do certame ser “Rumo ao Centenário”. Foi dito que no centenário marcará presença uma das duas bandas que lá irão durante os próximos aniversários. Acreditamos e fazemos votos para que a Filarmónica do Crato seja uma das presentes, tal a empatia criada antes, durante e até depois do encontro das bandas. As três filarmónicas, porque de filarmónicas estamos a tratar, onde os músicos tocam em harmonia e convivem entre todos, juntaram-se por volta das 15 horas e fizeram uma arruada individual por algumas artérias de Erada. Seguidamente, interpretaram um tema conjunto, de seu nome “Rumo ao Centenário, que foi do agrado do público presente junto ao Jardim Público, local onde ocorreriam os discursos, entrega e troca de lembranças bem como os três concertos. Destaque para a presença do sr. Vereador com o Pelouro da Cultura do município da Covilhã, que tem por cargo apoiar muitas instituições, entre elas 7 bandas filarmónicas.

A Filarmónica Gratidão Riotortense abriu as “hostilidades” apresentando-se com um reportório agradável e tocado da melhor forma possível, o que foi do agrado do público.

Em seguida, foi a vez da banda de mais longe, a do Crato, que apresentou um reportório mais erudito e de maior dificuldade técnica, tendo sido muito apreciada pelo público e pelos elementos das duas bandas congéneres. Inclusivamente, o instrumental da Filarmónica do Crato era claramente melhor que o das outras duas bandas, sem menosprezo para ambas, a Filarmónica do Crato tem a sorte de ser a única banda do seu concelho e as suas congéneres têm de repartir os apoios por muitas outras.

Por fim, atuou a muito aplaudida Filarmónica Recrativa Eradense, a aniversariante, que também apresentou um reportório com temas populares portugueses e estrangeiros. É uma banda com potencial, com muita gente nova, muitas raparigas, que até já são diretoras imprescindíveis na estrutura. Infelizmente, a interioridade, também ao nível das filarmónicas, faz muita mossa, os jovens têm de sair para estudar e trabalhar e depois vão aguentando a participação nestas associações por algum tempo, a seguir vêm as intermitências até que se dá o inevitável abandono. E a verdade é que as crianças não abundam apesar da mesma registar um número agradável de meninos e meninas.

Após os concertos as bandas arruaram mais um pouco em conjunto até ao local do jantar, misturadas como deve ser, e interpretaram novamente o tema conjunto. Pelo meio, iam acontecendo os golos do Benfica ao Portimonense, o que não deixava ninguém indiferente…

O jantar foi um momento de altíssimo convívio com as três bandas a interagirem entre si abrilhantadas pela charanga de músicos da Filarmónica do Crato, que deixaram toda a gente encantada e feliz com os bons momentos vividos, os quais duraram até bem tarde, mas havia que regressar ao Crato. Enfim, vivenciaram-se enormes momentos de amizade, empatia, harmonia, cumplicidade…Tratou-se de um dos melhores encontros em que a Filarmónica do Crato esteve nos últimos anos, e a verdade é que a banda participa com muita regularidade neste tipo de eventos. É com as pequenas Bandas que a Filarmónica do Crato se sente em família, porque também ela é uma pequena Banda, de uma pequena terra com muita história, e onde a música é uma realidade há quase duzentos anos (este ano são já 175).

Por fim, deixamos um enorme bem-haja a todos os elementos da banda anfitriã, desde as diretoras, maestro, músicos, entidades e populares, e um abraço fraterno aos colegas de Rio Torto, pelos excelentes momentos que nos proporcionaram. Para o município do Crato, vai um muito, muito obrigado, por mais uma vez, ter cedido o transporte à sua principal embaixatriz e sem o qual seria impossível representar tão bem o concelho do Crato e vivenciar momentos de elevada beleza e companheirismo.

Refira-se que no dia 1 de maio, a Filarmónica do Crato realizou um animado convívio do Dia do trabalhador, na sua sede, onde participaram algumas dezenas de músicos, diretores e familiares.

MIGUEL BAPTISTA – maio/19