Depois de um período de interregno a FIJUNA reapareceu na Páscoa em Castelo de Vide com o surgimento de um mecenas local (Fundação de Nª Srª da Esperança) e agora em Ponte de Sor, com a Câmara Municipal a comparticipar integralmente os custos de alimentação do mesmo. Foram três dias, de 6 a 8 de julho. A adesão não foi a mesma do Iº estágio, estiveram menos 30 elementos, ainda assim o concerto final foi composto por cerca de 80 participantes. Refira-se que cerca de 70% eram novos elementos e isso é um fator a termos em consideração, ou seja, há muitos jovens com qualidade. Se alguma vez for possível juntar todos ou os melhores, teremos uma Orquestra com elevado nível. A Federação ainda não tem a perfeita noção relativamente ao futuro desta Orquestra visto que pretende apostar forte na Orquestra Distrital, com os melhores músicos distritais, e transitando os melhores elementos da FIJUNA para essa dita Orquestra principal. No entanto, desde que apareçam mecenas, é possível continuar a concretizar estágios e encontros periódicos embora o investimento tenha de crescer porque é premente que os monitores sejam compensados materialmente. Porém, há pouco interesse e conhecimento do tecido empresarial e das instituições em promoverem a cultura e desde logo não surgem convites para colocarmos estas orquestras em atividade continuada.
Voltando ao estágio de Ponte de Sor, o mesmo decorreu na Escola Secundária de Ponte de Sor, a quem se agradece a simpatia de todo o pessoal desde logo do Diretor do Agrupamento. Os elementos da Orquestra de Ponte de Sor – Pedro Pereira, Margarida Inácio e Ricardo Miguel, também foram extraordinários. A Orquestra trabalhou por naipes em salas separadas onde os monitores puderam trabalhar técnica e os temas do concerto de forma quase individual. Assim, as flautas estiveram a cargo da jovem Jéssica Mourinho, de Alegrete; os clarinetes estiveram sob a tutela de três experientes clarinetistas, membros da Orquestra Distrital, desde logo por Francisco de Jesus, de Castelo de Vide, Nuno Delicado, de Alegrete e Miguel Baptista, Presidente da Direção da Federação, do Crato; o naipe dos saxofones contou com o contributo de monitores locais, Pedro Pereira e Margarida Inácio; nos trompetes, outro elemento da Orquestra de Ponte de Sor, Ricardo Miguel; nas trompas, voltou a estar o atual maestro das Orquestras da Federação, o destacado Francisco Paixão, de Alegrete; nos trombones, bombardinos e tubas esteve o monitor Ricardo Godinho, de Galveias, um habitué e muito promissor; e na percussão esteve Ivo Narciso de Alter, muto bem secundado por José Pedro Sousa, de Galveias, estes elementos foram fundamentais para a realização do estágio visto que da percussão anterior apenas sobrou um elemento. As bandas/orquestras presentes foram as de Gavião, Nisa. Castelo de Vide, Alegrete, Crato, Alter, Santo Amaro, Galveias, Ponte de Sor e Montargil, que foi uma das novidades do evento. Também estiveram dois elementos de Elvas apesar da Banda não ter estado presente oficialmente por motivos de falta de transporte. Desta vez, houve cerca de uma dúzia de elementos que dormiram na escola, uma mais-valia neste estágio.
Depois de intenso trabalho (manhãs e tardes) a Orquestra apresentou-se na tarde de 8 de julho, sábado, na zona ribeirinha de Ponte de Sor, com algum público e com elevado reconhecimento do município de Ponte de Sor, devidamente explanado nas palavras da Srª Vereadora da Cultura e Educação, Sérgia Bettencourt. Inclusivamente, o município está interessado em continuar a promover este estágio todos os anos por ocasião das festas da cidade. O concerto final foi de qualidade pese embora mais de metade dos elementos da Orquestra terem tido contacto com o programa apenas neste estágio (só cerca de 25 elementos tinham estado em Castelo de Vide no estágio da Páscoa) e o mesmo ter sido ao ar livre. Comparativamente ao estágio da Páscoa foram trabalhados mais três temas e ainda mais um tema surpresa – “Nessun dorma”, eternizado por Luciano Pavarotti e por Andrea Bocceli, uma ária do último ato da ópera “Turandot”, de Giacomo Puccini, de 1926. Este tema foi superiormente interpretado por um cantor local, de origem moçambicana, a quem a Federação agradece a disponibilidade para engrandecer o espetáculo. Antes do concerto, houve espaço para um momento de lazer e convívio sendo que vários dos jovens participantes aproveitaram e deram uma escapadela às belas piscinas municipais, bem próximas do local do concerto, mais um momento proporcionado pelo município anfitrião.
Uma palavra final de apreço vai para todos os músicos presentes e às suas bandas e familiares assim como para os monitores, que trabalharam graciosamente, e para o maestro Francisco Paixão, obreiro e elemento catalisador de toda a equipa. Os transportes dos músicos foram apoiados na sua maioria por outras câmaras e freguesias, o que é de louvar. À Câmara de Ponte de Sor, à Orquestra de Ponte de Sor e ao Agrupamento de Escolas, o outro “Bem-haja!” Que este município possa servir de exemplo visto que investe em cultura e nos seus jovens. Mas há outros capazes e certamente com vontade!
Prof. Miguel Baptista – Pres Dir Fed Bandas Filarmónicas do Dist. Portalegre
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