A FIJUNA – Filarmónica Juvenil do Norte Alentejano voltou ao ativo depois de uma paragem de mais de um ano. A verdade é que a Federação de Bandas do Distrito de Portalegre não tencionava levar a cabo ações com esta orquestra juvenil no presente ano, mas um convite proveniente da Fundação de Nossa Senhora da Esperança, de Castelo de Vide, através do Prof. Cláudio Pedrico, foi o mote e o repto para a Direção da Federação apostar de novo num estágio de férias escolares para esta Orquestra, tendo o mesmo decorrido nesta Páscoa, entre 10 e 12 de abril, em Castelo de Vide. Refira-se que esta Orquestra já teve bastante destaque a nível regional e chegou a gravar ao vivo sendo que dela saíram vários músicos que hoje se destacam a nível nacional em bandas militares, orquestras e como professores, monitores, maestros e até diretores de Banda.
Com o incansável apoio por parte da Fundação, em especial na pessoa do Dr. João Palmeiro, que desde a primeira hora acreditou no Projeto e tudo fez para que nada faltasse, a Federação reuniu com as bandas e maestros e promoveu o melhor que pôde e soube o estágio procurando oferecer aos formandos um grupo de formadores de nível, o que veio a acontecer, tendo todos trabalhado de forma graciosa. O programa do estágio foi concebido por uma equipa muito experiente e o mesmo se passou com o reportório, que foi do agrado dos músicos e do público.
Inscreveram-se mais de 100 alunos e compareceram ao estágio 98 elementos. Os alunos vieram de 12 bandas e orquestras filiadas (Gavião, Nisa, Alpalhão, Póvoa, Castelo de Vide, Euterpe, Alegrete, Crato, Elvas, Santo Amaro, Galveias e Ponte de Sor) sendo as mais representadas as filiadas de Crato, Castelo de Vide e Euterpe. Os mesmos foram divididos por vários espaços sendo que a maioria trabalhou por naipes (9 grupos) nas instalações da Fundação de Castelo de Vide ficando alguns grupos na Casa do Povo, Salão Jardim e Banda União Artística.
O grupo de monitores foi constituído na sua maioria por antigos membros da Orquestra que vieram dar aos outros aquilo que nela aprenderam e cresceram. Em oboé, marcou presença o professor Bruno Ferreira, pela Banda de Gavião, o qual promoveu o instrumento no último ensaio antes do concerto final; em flautas, esteve a jovem licenciada Ana isabel Rei, do Crato; o grande naipe de clarinetes esteve a cargo do maestro da banda local, o incansável Francisco de Jesus (na organização), que contou com o auxílio do Presidente da Direção da Federação, Professor e maestro Miguel Baptista; no naipe dos saxofones, estiveram a licenciada Diana Anselmo, do Crato e o maestro da Orquestra do Município de Ponte de Sor, Pedro Pereira, secundados pelo incansável José Agostinho, maestro da Banda da Póvoa, que foi igualmente um dos elementos fortes da organização, e de Margarida Inácio, também de Ponte de Sor; quanto aos trompetes, a liderança esteve a cargo do jovem e excelente professor, Carlos Almeida, de Caia, em representação da Banda de Alegrete; no naipe das trompas esteve o maestro e diretor artístico deste projeto e da nova Orquestra da Federação, Francisco Paixão, de Alegrete, recentemente aposentado da Banda do Exército e a mola real deste Projeto e da atual formação na Federação; no grupo dos trombones, bombardinos e baixos, esteve o maestro e Professor Ricardo Godinho, da Banda de Galveias, secundado nas tubas pelo Professor Cláudio Pedrico, da Banda de Nisa; por fim, no naipe da percussão, compareceu o jovem percussionista da Filarmónica do Crato, Miguel Dias, que também realizou um ótimo trabalho. Nos três dias de trabalho tanto os monitores como o maestro trabalharam 8 peças.
O nível de alunos foi bastante maior do que era suposto encontrar-se, o que deixou os responsáveis bastante satisfeitos com a aposta logo ao final do segundo dia. Tratou-se de um grupo constituído por muitos novos valores na casa dos 14 aos 17 anos com reforço de mais alguns colegas mais experientes, mas o estágio contou também com muita gente mais nova e com alguns executantes mais velhos que se quiseram associar (havia elementos com 10 anos e com 44).
A Fundação de Nossa Senhora da Esperança foi incansável, as instalações foram excelentes, os seus funcionários tiveram sempre um sorriso e conseguiram acudir a todos os pedidos durante o estágio sempre com enorme prontidão. Toda a logística foi bem programada, a alimentação foi excelente e o apoio das bandas com percussões (Crato, Gavião, Castelo de Vide e Póvoa) e transporte foi fundamental. As bandas, orquestras, os alunos, os pais e encarregados de educação e mesmo os municípios e juntas de freguesia que cederam transportes, foram fantásticos. O município de Castelo de Vide ofereceu um momento de diversão a todos os presentes numa pista de gelo e a BUA cedeu todos os espaços de que dispunha, assim como a Casa do Povo, os Bombeiros, que colaboraram com a cedência de cadeiras e até o Agrupamento de Escolas de Gavião, que apoiou logisticamente.
No dia do concerto, 12 de abril, no Auditório da Fundação, a Igreja estava repleta de público e a Orquestra contou com 98 elementos em palco. O programa foi excelente e do agrado de todos. Nunca a FIJUNA foi tão aplaudida e por tanto tempo. Uma das peças foi dedicada a dois dos maiores músicos de Portugal, ambos contemporâneos na Banda da GNR, e que são oriundos do nosso distrito e por cá vivem a sua reforma ainda no ativo. Estamos a falar do castelovidense Celestino Raposo, de 87 anos, e Carlos Alberto Girão, do Crato, que ainda toca percussão na sua banda natal e conta com 75 primaveras.
O projeto é para continuar e tanto os formadores como os executantes estão extremamente motivados para continuarem o trabalho. O próximo estágio já tem apoio do município de Ponte de Sor e irá decorrer na referida cidade no início de julho aquando das festas da cidade.
Resta que o distrito de Portalegre e o poder político, assim como a Direção Regional de Cultura e outras entidades, saibam apadrinhar e apoiar o bom trabalho das Bandas e da sua Federação distrital.
Uma última palavra vai para o maestro Francisco Paixão, que tem sido um “balão de oxigénio” pela sua qualidade técnica e humana e pela forma como ensina e incentiva todos os participantes nas orquestras distritais e está sempre a lembrar que se os outros distritos têm orquestras e boas, por que razão em Portalegre não fazemos o mesmo visto que somos tão bons ou melhores que os outros. A outra palavra, como não podia deixar de ser, vai para uma Fundação ligada ao serviço humanitário, que não deixa de praticar e incentivar a cultura distrital, pelo contrário. A Fundação de Nossa Senhora da Esperança, os seus responsáveis e todo o pessoal (e mesmo os idosos que foram muito queridos e pacientes dada a invasão de jovens e instrumentos, com todo o barulho e confusão que isso acarretou) foi um grande mecenas que se aproximou das Bandas e com quem queremos continuar a trabalhar. Assim houvessem muitas Fundações como esta. Bem-haja Dr. João Palmeiro e equipa e muito obrigado ao maestro Cláudio Pedrico que estreitou a relação entre Federação e Fundação.
A Federação de Bandas encontra-se disponível para levar esta Orquestra onde quer que a mesma seja requerida, assim venham a haver interessados em promoverem concertos.
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