A Filarmónica do Crato abrilhantou e prestigiou mais uma vez a nobre procissão do Sr. dos Passos na vila do Crato. A mesma coincide sempre com o domingo de Ramos e teve lugar na tarde de 9 de abril de 2017. Com a entrada de dois novos músicos, a velha Filarmónica do Crato apresentou-se com 37 elementos e com boa qualidade. E a tradição manteve-se, um grupo de elementos da Filarmónica, com a ajuda de jovens da escola de música, voltou a entoar os cânticos dos Motetos em latim em cada um dos sete passos que existem na vila a simbolizar a via sacra. Aproveitando o bom tempo e a tarde apelativa, os cratenses aderiram em bom número a mais uma bela procissão, que vai vencendo as dificuldades da falta de gente em todas as terras do norte alentejano. Era bom, que mais uma vez, as autoridades se preocupassem com as viaturas mal estacionadas e que perturbam a dignidade e normalidade da procissão.
Voltando aos dois novos músicos, diga-se que apenas um fez a sua estreia uma vez que o outro reestreou-se. A estreia foi a da jovem Andreia Guterres, de 25 anos, que já era para ser executante da Banda mas que adiou esse desiderato devido a uma gravidez precoce. Agora, com o filho com 8 anos, voltou à escola de música acompanhada do mesmo e da irmã e realizou o seu sonho interpretando saxofone alto.
O outro elemento, também é digno de realce, trata-se do secretário da direção da Banda, José António Belo, de 53 anos, que depois de mais de 30 anos afastado das lides da interpretação, ganhou força de vontade e voltou a tocar clarinete na sua Banda, depois de se ter estreado há 40 anos, no dia 8 de dezembro. Refira-se que este elemento já integra os órgãos sociais da banda há vários mandatos, desde a Assembleia-geral à Direção. Também colaborou muito com a Banda aquando da sua passagem pela Junta de Freguesias de Crato e Mártires, como secretário e presidente.
Dois belos exemplos, dignos de notícia e realce!
Também merece destaque a executante Dora Ribeiro Dias, residente em Vialonga, que nunca perde a oportunidade de tocar na sua Banda, e que se apresentou nesta data no Crato para atuar e comemorar os 25 anos de atividade. Apesar de se ter mudado há muitos anos para a zona da capital e de ter casado com o também músico Nuno Antunes (Rampolho), ambos são um bom exemplo de tenacidade e bairrismo pois sempre que podem, comparecem à sua Banda. O Nuno, já ultrapassou a barreira dos 25 anos. Pena é que a fixação de jovens na nossa terra é missão quase impossível e são muitos os exemplos como o deste casal (pela saída da terra). Porém, há poucos músicos a conseguirem aliar uma atividade minimamente regular e a adiarem por muito tempo a saída definitiva da Banda. Esperamos que o Nuno e a Dora nunca o façam e que um dia regressem em definitivo à terra para ainda darem mais do seu tempo à música e à Banda.
Já que se fala de bons exemplos, há também a comparência de alguns jovens universitários e até a de uma jovem enfermeira em Lisboa, que também junta folgas para vir à terra (Gáfete) e comparecer aos ensaios e serviços. Trata-se da jovem Cátia Ribeiro.
Vários exemplos dignos de notícia e realce!
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