Faleceu Mário Manuel Mirrado Antão, Vice-Presidente da Assembleia-geral da Filarmónica do Crato, no dia 24 de agosto, com 65 anos. Acometido por doença, no último ano, lutou contra a mesma com determinação como se de uma corrida de meio fundo se tratasse. Lembremo-nos que foi o nosso campeão distrital de atletismo (corrida) nos anos 70. Também tinha jeito para guarda-redes e foi um conceituado tipógrafo e um dos rostos mais conhecidos da antiga Tipografia Cratense, de António Aparício Raposo. Depois do encerramento da tipografia, Mário Antão foi um dedicado e estimado Assistente Técnico na Secretaria da Escola Ana Maria Ferreira Gordo, no Crato, exercendo atualmente o cargo de Tesoureiro da mesma com muito rigor e profissionalismo.
O Mário era um homem jovial, amigo do seu amigo, e dava-se com toda a gente. Dotado de uma educação acima da média, era estimado por toda a gente, o que se pode comprovar pelo seu funeral, que apesar de ter sido em dia de festas no Crato e manhã cedo (25 agosto), teve muita participação. Não faltaram os professores e funcionários do Agrupamento de Escolas. A Filarmónica do Crato associou-se, como mandam os seus documentos estruturantes que determinam que a mesma toque na despedida de músicos e diretores no ativo.
Ao longo da sua vida participou no movimento cívico e político do Crato. Foi Presidente da Assembleia de Freguesia de Crato e Mártires no mandato de 1997/2001. Entrou para a Filarmónica do Crato pela mão do seu primo e também já falecido – Joaquim Morgado, que era o Vice-Presidente em janeiro de 2005 (ver foto abaixo)
Foi Secretário da Direção no biénio 2005/2006, no início da presidência de Filipe Lopes. Ao deixar a Direção passou a ocupar o cargo de Vice-Presidente da Assembleia-geral até ao final dos seus dias, ou seja, pertenceu aos órgãos sociais durante 11 anos e meio. Como Secretário marcou um tempo trazendo para a Banda uma medida que aplicava com sucesso na Escola do Crato e que ficava muito bem, ou seja, no dia do aniversário de cada elemento da Banda, o mesmo fazia-lhe chegar, quase sempre pessoalmente, um ofício timbrado da Banda e assinado por toda a Direção a desejar “Feliz Aniversário”. Isto dava o seu trabalho porque a Filarmónica tinha cerca de 50 músicos, mais os seus órgãos sociais, refira-se que com a sua saída da Direção o procedimento foi abandonado, o que foi pena. Por altura dos Encontros de Bandas que a Filarmónica organiza geralmente em maio, Mário Antão era sempre um dos elementos presentes na receção e apoio às bandas visitantes, qual Embaixador do Crato e Relações Públicas.
No espaço de menos de um mês o Crato vê partir diversas personalidades que fazem parte da sua história contemporânea e a Filarmónica do crato perdeu dois dos seus diretores, no final de julho desapareceu Isidoro Aires, Vice-Presidente do Conselho Fiscal. Lembramo-nos com saudade de uma visita que vários elementos da Banda e Direção, com suas famílias, fez há cerca de dois ou três anos à Adega Cooperativa de Cantanhede e onde Mário Antão e Isidoro Aires participaram com enorme prazer e alegria. Tanto que o Mário gostava de uma média Sagres e nesse dia esteve em jejum até quase à noite (só lhe aparecia vinho pela frente), já o colega Isidoro fez sucesso na dança com todas as senhoras do grupo.
A Filarmónica do Crato deseja os mais sentidos pêsames à esposa, filha, genro e neto (que já é aprendiz da Banda) e agradece aquilo que o Mário deu do seu tempo (em desfavor da família) à causa da associação mais antiga do Crato.
(setembro de 2005, passeio da Banda a Sevilha)
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