A Filarmónica do Crato participou nas Festas de Verão de Vale do Peso após muitos anos de interregno. As Festas de Vale do Peso já foram bem grandes e têm vindo a recuperar fôlego ano após ano tendo evoluído nos últimos temos com a realização de um inédito Festival de Marisco, muito participado. Contudo, se a parte de diversão e música sempre se manteve, a festa religiosa estava adormecida. E em boa hora (vale mais tarde que nunca) os valpesenses se lembraram de retomar a parte religiosa dos festejos. E 2016 foi o ano da reativação, julgamos que não haviam cerimónias religiosas desde o século passado…época em que a banda ia todo o dia de domingo para a localidade realizando peditório e procissão, isto nos anos 80 e um pouco em 90.
Foi com todo o gosto que a Filarmónica se deslocou a Vale do peso na manhã de 21 de agosto, domingo, e abrilhantou a procissão dos festejos de verão, em honra do Mártir Santo, São Sebastião. A procissão decorreu com muita solenidade e a banda esteve em bom plano, tendo-se apresentado repleta de juventude, com 27 elementos. Apenas 3 elementos tinham mais de 40 anos, os restantes, mais de 20, possuem 20 ou menos anos.
No final, a União de Freguesias, na pessoa do seu Presidente, Joaquim Diogo, ofereceu um pequeno lanche aos músicos, diretores e maestro, que cumpria a sua entrada nos “entas” neste dia ao perfazer 40 anos. Parabéns à União de Freguesia pelo apoio que presta às festas populares das suas localidades sendo um verdadeiro pilar da cultura.
Curiosamente, o Crato comemorava o Mártir Santo, no seu dia, a 20 de janeiro. Talvez a feira de 20 de janeiro esteja ligada a esta tradição…Há registos em documentos antigos da Banda onde esta festividade era sempre a primeira do ano, nas década de 10 do século XX e em atas da Câmara há alusões ao Mártir santo e à sua Procissão em meados de 1840. Bem que o Crato podia imitar os vizinhos de Nisa, que reativaram as Festas do Mártir Santo!
Por fim, quanto aos valpesenses, atualmente o povo mais bairrista do concelho do Crato, só pode estar de parabéns por lutar até à última gota de suor pela não extinção das suas festas de verão e mesmo pelo seu fortalecimento gradual.
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