PÁSCOA E FESTA DE SÃO GREGÓRIO 2016

A Filarmónica do Crato participou pela enésima vez nas procissões da Semana Santa do Crato que, ano após ano, vêm engrandecendo a nossa localidade e a crescer em número de participantes e visitantes. Apesar do que atrás foi dito, refira-se que a Procissão dos Passos deste ano, realizada a 20 de março, ia com pouca adesão. Porém, a procissão de quinta-feira (Senhor da Cana Verde) ia com a maior adesão de sempre. Quanto à procissão de sexta-feira (Senhor Morto), 25 de março, o número de fiéis e aderentes foi ao nível de sempre. A banda este ano, esteve ao melhor nível dos últimos anos. No senhor dos Passos teríamos cerca de 34 músicos e nas procissões noturnas o número ultrapassou as 40 figuras.

Entretanto, a Filarmónica do Crato voltou a realizar mais uma festividade em honra de São Gregório, evento que já é cumprido há quase 4 décadas a favor da banda e que permite angariar sempre uma receita muito bem-vinda para a sua tesouraria. Voltou a existir Comissão de Festas e que Comissão! O enorme grupo de jovens cratenses que este ano se envolveu nas festividades foi notável. Estão de parabéns todos os elementos que secundaram a Beatriz Curinha e o André Chambel (ex-músico). Esta geração, outrora apelidada de “rasca”, trouxe uma nova dinâmica às festas tendo-as modernizado e alterado substancialmente, como aliás antevíamos em 2015. Estes cratenses mostraram que são de raça e que o Crato tem aqui muita gente com enorme capacidade para começar a tomar conta das nossas associações e a puxar pela sua terra. O grupo era constituído por Beatriz Curinha, Filipe Lopes (sobrinho), Helena Batista, João Maria Vaillant, Ana Almeida, Lúcia Maia, Telma Raposo, João Curinha, Joana Curinha, Ana Matos, João Amaral, José Joaquim Quina, Sofia Saramago, Carla Matias, Ricardo Rodrigues, Carlos Barriguinha, Maria João Matos, Catarina Silva e André Relvas (único executante da Banda).

As alterações verificadas foram ao nível dos balcões, fizeram-se camisolas com a imagem do São Gregório, a noite de fados, os jogos tradicionais e a sueca, a ida da imagem do São Gregório às procissões, as imagens de S. Gregório feitas por artistas locais, a divulgação dos festejos no facebook com a colocação de fotos das festividades de outros anos e, em especial, o desejo (gorado devido ao tempo) de levar a festa para o local de origem, as ruínas de Santo Amaro, foram muitas da novidades deste excelente grupo.

Logicamente que a festa não seria possível sem os habituais apoios do município do Crato (artistas), da União de Freguesias (favada e feijoada), Casa Josebel (máquinas), que nunca faltam à chamada.

Realizou-se um peditório no dia 19 de março e o de 26 foi adiado. As festividades foram bastante concorridas nas noites de sexta a domingo (25 a 27) bem como no dia 28, dia principal da festa. Voltou a ser o ponto de encontro da diáspora cratense, isso é muito visível nos encontros que se proporcionam na noite de sábado e mesmo nas outras visto que esta comissão, pela sua extensão e juventude, puxou muita gente à sede da banda.

Assim sendo, na sexta os TOC & FOGE e o DJ PEAT tiveram uma adesão bastante agradável. O grupo de sábado, VICTOR SÉRGIO and FRIENDS e o DJ CHUMBO (da terra) tiveram casa cheia e fomentaram muita animação. O Torneio da Sueca animou bastante a tarde de domingo e a noite de fados foi uma enorme lufada de qualidade artística dos cratenses. Não foi possível realizar os jogos tradicionais devido às condições climatéricas sentidas na tarde de sábado.

A oferta de petiscos foi variada e registou muita adesão, mesmo no domingo com os fados. Efetuaram-se sorteios de São Gregórios (peças de arte) feitos e oferecidos pela Torre do Sino e Susana Perpétua, de um leitão, um pato, um borrego e venderam-se imensas rifas. Contou-se com cerca de 50 apoios de empresas do Crato e concelho.

Na manhã de segunda-feira cumpriu-se a Procissão até à ermida de S. gregório, junto às Ruinas de santo Amaro e a Banda atuou na missa. A presença de fiéis voltou a ser fraca e o Crato e a Banda mereciam que a população da vila fosse mais bairrista. No entanto, o tempo voltou a ser madrasto e o feriado municipal voltou a não fugir à regra e não nos trouxe um tempo adequado para se realizar a festa no local de origem

Por estas razões, a festa voltou a ser no espaço da Banda e depois de um ano de interregno, o grande Paulo Santos (Caracol), afamado cozinheiro que mesmo tendo perdido a mãe há poucas semanas, não deixou de colaborar mais uma vez com a Comissão e a Banda, tendo cozinhado uma bela favada e uma não menos boa feijoada para os mais de 100 cratenses que compareceram à hora de almoço com os pratos e talheres.

Pelas 16 horas cumpriu-se mais um concerto de S. Gregório com a banda a apresentar-se com mais de 40 elementos. O público compareceu em massa e a festa foi animada. A Banda cumpriu e o público vibrou. A União de Freguesias voltou a oferecer amêndoas aos executantes e intervieram o Presidente da Direção da Banda, Filipe Lopes (Belo) e do Presidente da União de Freguesias, Joaquim Diogo. Foi colocado à disposição o pendão de São Gregório para que surgisse alguma Comissão de Festas para 2017, ano da festa número 40 uma vez que as festividades a favor da Banda foram retomadas em 1978.

Felizmente, ainda há cratenses e iremos ter mais uma bela Comissão de Festas, que foi encabeçada por Paulo Santos e ao que parece ainda havia por lá mais um ou dois grupos que não a deixavam morrer (ainda bem!). Os restantes elementos são: Nélson Gonçalves, Lurdes Santos, Maria do Rosário Diogo, Sílvia Martinho, Mariana Pavia, Maria da Conceição Relvas, Lídia Batista, Carlos Diogo, António Santos, José Carlos Policarpo Santos, Joaquim Martins (Ganhão), Ana Curado, José Manuel Machado (músico), Carlos Santos, Glória Santos, Filipe Lopes Conceição (Júnior) e Helena Batista. Bem-hajam!

Uma última nota vai para todos os que compareceram em 2016 à festa. A Filarmónica e a sua Direção, bem como a Comissão de Festas, agradecem o apoio a todos e ainda àqueles que colaboraram também na publicidade. O pecúlio irá suplantar os 3.000€. Quando no ano anterior mencionávamos que a festa parecia aproximar-se do seu ocaso, este ano poderemos afirmar que ainda teremos muitos e bons anos pela frente pois parece estar a nascer um espírito bairrista que faz muita falta para retirar a nossa terra do marasmo em que se encontra.

01/04/16

MIGUEL BAPTISTA

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